Simões de Assis | Manfredo de Souzanetto: da terra, o que vem…
As obras que compõem “da terra, o que vem…” datam de 1976 a 2024, passando da geometria para o orgânico e de volta ao geométrico, ao mesmo tempo que conservam a memória sentimental das terras de Minas e suas cores formadas pelos óxidos minerais presentes nos solos coletados ao longo de um caminho de quase de 60 anos. Para o artista, a natureza e a paisagem são um fio condutor, um ponto de intersecção entre realizações de corpo tão distinto, tão variado. Em comum, suas pinturas emanam o afeto pela terra, ao passo que estabelecem uma nova realidade espacial e concreta ao valer-se de todo esse arcabouço como matéria-prima e suporte. Formalmente, elas incorporam também os estatutos da escultura e da instalação, jogando com os campos do bidimensional e do tridimensional, enquanto residem no limiar entre abstração e representação.
Ademais, Souzanetto vem conservando com seus pigmentos aquilo que o homem sacrifica brutalmente em nome do lucro imediato e em detrimento de um futuro sustentável – tudo isso desde um tempo em que ecologia, meio ambiente e conservação ainda não eram assuntos recorrentes, sequer urgentes. E segue, ainda hoje e constantemente, desafiando-se para encontrar outros vocabulários que lhe permitam expandir sua linguagem matérica e simbólica, sempre em contato com o que a terra pode oferecer como suporte, história, inspiração e imagem.
Manfredo de Souzanetto: da terra, o que vem…
Simões de Assis | Alameda Lorena, 2050 A Jardins – São Paulo
De 27 de maio a 26 de julho de 2025
Segunda a sexta, 10h às 19h. Sábado, 10h às 15h
Entrada gratuita