Sua pintura, voltada para temas relativos à vida cotidiana e à natureza brasileira, logo chamou a atenção do público e da crítica. Normalmente atrelada às classificações naifs ou ingênuas é inquestionável que sua pesquisa se vincula às inquietações modernas na busca de uma iconografia nacional. Modernidade que, desprendida de manifestos ou grupos, se revelava pela sensibilidade na ação de ver e representar aspectos da vida brasileira.

Da paisagem carioca, a artista incorporou a intimidade com a natureza que é estruturante em suas telas. Tudo é floresta e nela tudo acontece. As zonas de cor verde se transformam em densas matas através do contorno rendilhado das folhagens. A perspectiva clássica euclidiana perde predominância numa pintura de clareiras onde as cenas parecem flagrantes: capturas que narram histórias. São imagens do cotidiano, macumbas, santos, festas populares e animais exóticos fantasiosos e reais que fazem parte desse universo de imagens recorrentes, tais como as pinturas de Henri Rousseau (1844-1910) ou os delírios de Hieronymus Bosch (séc. XVI). A minuciosa execução revela o olhar míope de quem se encanta e interessa pelos detalhes. Tudo é essencial para uma composição que se organiza pelo excesso, na fricção entre o barroco e o popular tão presente em nossa cultura.